O Livro dos Espíritos - livro segundo - cap. I questões 93 a 95
Perispírito
Vive o Espírito propriamente dito sem cobertura alguma, ou, como pretendem alguns, envolto por uma substância qualquer?
"O Espírito é envolvido por uma substância, vaporosa para o seu conceito, todavia, muito densa para nós; suficientemente vaporosa contudo, para que o Espírito possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser."
Como o germe de um fruto é envolvido pelo perisperma, da mesma forma, o Espírito, propriamente dito, é envolvido por um envoltório que, por comparação, podemos chamar perispírito.
De onde o Espírito extrai esse envoltório semimaterial?
"Do fluido universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos. Ao passar de um mundo para outro, o Espírito troca o envoltório, como os homens trocam de vestimenta."Assim sendo, quando os Espíritos que habitam os mundos superiores vêm entre nós, tomam um perispírito mais grosseiro?
"É necessário que se revistam de sua matéria, como havíamos dito."
O envoltório semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?
"Sim, uma forma ao arbítrio do Espírito e é assim que ele lhes aparece, algumas vezes, seja nos sonhos, seja em estado de vigília, podendo tomar uma forma visível e até mesmo palpável."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. VII
O que se deve entender por pobre de espírito - Aquele que se elevar será rebaixado
O que se deve entender por pobre de espírito
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus. (Mateus, V:3)
2. A incredulidade se diverte com esta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como com muitas outras coisas que não compreende. Entretanto, Jesus não se refere, aos pobres de espírito, como a homens desprovidos de inteligência, mas aos humildes. Ele diz que o Reino dos Céus é destes e não dos orgulhosos.
Os cientistas e intelectuais, segundo o mundo, têm geral-mente tão elevada opinião de si mesmos e de sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de sua atenção. Concentrados sobre eles mesmos, não podem elevar-se até Deus. Essa tendência a se acreditarem superiores a tudo leva-os, muitas vezes, a negar aquele que, sendo-lhes superior, pudesse rebaixá-los. Negam até mesmo a divindade ou, se consentem em admiti-la, contestam um de seus mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que são suficientes para bem governá-lo. Tomando sua inteligência por medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade daquilo que não compreendem. Quando se pronunciam sobre alguma coisa, seu julgamento é para eles inapelável.
Se não admitem o mundo invisível e um poder extra humano, não é porque isso esteja acima de sua capacidade, mas porque o seu orgulho se revolta ante a idéia de uma coisa a que não possam sobrepor-se, e que os faria descer de seu pedestal. Eis porque só têm sorrisos de desdém por tudo o que não seja deste mundo visível e tangível. Atribuem-se muita inteligência e conhecimento para crer em coisas que, segundo eles, são boas para os simples, considerando como pobres de espírito os que as levam a sério.
Entretanto, digam o que quiserem a esse respeito, terão de entrar, como os outros, neste mundo invisível que tanto ironizam. É assim que seus olhos serão abertos, e reconhecerão o erro. Mas Deus, sendo justo, não pode receber da mesma maneira aquele que desconheceu o seu poder e aquele que se submeteu humildemente às suas leis, nem tratá-los por igual.
Ao dizer que o Reino dos Céus pertence aos simples, Jesus ensina que ninguém é admitido sem a simplicidade de coração e a humildade de espírito; que o ignorante que possui essas qualidades será preferido ao sábio que crê mais em si mesmo do que em Deus. Em qualquer circunstância, coloca a humildade entre as virtudes que nos aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele nos afastam. Isso por uma razão muito natural: a humildade é um ato de submissão a Deus, enquanto o orgulho é a revolta contra Ele. Mais vale, então, para a felicidade futura do homem, ser pobre de espírito, em relação ao mundo, e rico em qualidades morais.
Ler: O Livro dos Médiuns - Da Influência Moral do Médium - Cap. XX - questões 226 e 227.
Obras Póstumas- Manifestação dos Espíritos - O perispírito, princípio das manifestações- item. 10 a 13
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