Curso Básico de Espiritismo
Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal
7. Da lei de sociedade, necessidade da vida social
A vida de relação de qualquer pessoa com o seu semelhante é a base do desenvolvimento do psiquismo.
É na relação com o outro que desenvolvemos o nosso eu e as nossas potencialidades psíquicas. A vida social está na natureza do próprio homem, ficando o insulamento não apenas como uma manifestação do seu egoísmo tolo, mas como impossibilidade de progresso, por falta de ajuda mútua. Quem se isola candidata-se ao embrutecimento das suas faculdades psíquicas, que acabam por estiolar.
O homem, não sendo possuidor de todas as faculdades completas, no convívio com os outros promove, em troca, o aperfeiçoamento delas, assegurando o seu bem-estar e o seu progresso. No contacto com o seu semelhante educa-se e evolui; é na relação com o outro que desenvolve o seu psiquismo.
Vida de insulamento, voto de silêncio
Só mesmo a manifestação egoísta - manifestação de doença psíquica - é que explica, mas não justifica, o insulamento absoluto, visto que com isso não se tornam úteis a ninguém; nem mesmo com o argumento de que assim agem para não se contaminarem com as coisas perniciosas do mundo. Até mesmo os que procuram desculpa para o seu isolamento como forma de expiação agem contrariamente à lei de amor e caridade, sendo passíveis de condenação pelas leis sábias da vida, que conferem retorno na medida em que se dá.
É altamente meritório, no entanto, o recolhimento e o silêncio que propiciam reflexões superiores, pois colocam o homem em condições de trabalhar de maneira efectiva pelo seu semelhante, melhorando-lhe o nível de vida e de entendimento. Tal atitude é muito diferente do voto de silêncio, que é totalmente tido como sinal de virtude, e do insulamento, que impede o homem de fazer o bem, cumprindo a lei do amor e do progresso.
Laços de família
Os laços de família existem como uma característica humana da criatura que a distingue dos animais que exercem com as suas crias somente o instinto de protecção à sua espécie.
No homem, tal protecção, levada ao extremo, é responsável pela deformidade do desenvolvimento psicológico, criando dependências que denotam a falta de valores próprios, pois ficam estancados pela acção coerciva da dita protecção.
- Lei divina ou natural
- Lei de adoração
- Lei de trabalho
- Lei de reprodução
- Lei de conservação
- Lei de destruição
- Lei de sociedade
- Lei do progresso
- Lei de igualdade
- Lei de liberdade
- Lei de justiça, de amor e de caridade
- Da perfeição moral
No homem, havendo outras necessidades, como por exemplo o desenvolvimento moral, além das puramente materiais, que exigem cuidados para a sobrevivência, colocam-no em condição de exercer os laços de família consanguínea como um meio de aprender a amar, na vida social, os semelhantes como irmãos.
O relaxamento dos laços de família é tão pernicioso quanto o egocentrismo, que impede que se rompa o vínculo consanguíneo, como o de raça ou de casta, pois ambos levam ao egoísmo, uma das chagas da humanidade. Enquanto a supervalorização da família consanguínea prende a criatura no circuito fechado dos interesses mútuos, o relaxamento dos mesmos remete o indivíduo ao egoísmo pessoal e particular. No seio da família o homem aprende a amar o seu semelhante na sociedade.
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