quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CURSO 7 - DA LEI DE SOCIEDADE


Curso Básico de Espiritismo

Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

7. Da lei de sociedade, necessidade da vida social

A vida de relação de qualquer pessoa com o seu semelhante é a base do desenvolvimento do psiquismo.

É na relação com o outro que desenvolvemos o nosso eu e as nossas potencialidades psíquicas. A vida social está na natureza do próprio homem, ficando o insulamento não apenas como uma manifestação do seu egoísmo tolo, mas como impossibilidade de progresso, por falta de ajuda mútua. Quem se isola candidata-se ao embrutecimento das suas faculdades psíquicas, que acabam por estiolar.

O homem, não sendo possuidor de todas as faculdades completas, no convívio com os outros promove, em troca, o aperfeiçoamento delas, assegurando o seu bem-estar e o seu progresso. No contacto com o seu semelhante educa-se e evolui; é na relação com o outro que desenvolve o seu psiquismo.

Vida de insulamento, voto de silêncio

Só mesmo a manifestação egoísta - manifestação de doença psíquica - é que explica, mas não justifica, o insulamento absoluto, visto que com isso não se tornam úteis a ninguém; nem mesmo com o argumento de que assim agem para não se contaminarem com as coisas perniciosas do mundo. Até mesmo os que procuram desculpa para o seu isolamento como forma de expiação agem contrariamente à lei de amor e caridade, sendo passíveis de condenação pelas leis sábias da vida, que conferem retorno na medida em que se dá.

É altamente meritório, no entanto, o recolhimento e o silêncio que propiciam reflexões superiores, pois colocam o homem em condições de trabalhar de maneira efectiva pelo seu semelhante, melhorando-lhe o nível de vida e de entendimento. Tal atitude é muito diferente do voto de silêncio, que é totalmente tido como sinal de virtude, e do insulamento, que impede o homem de fazer o bem, cumprindo a lei do amor e do progresso.

Laços de família

Os laços de família existem como uma característica humana da criatura que a distingue dos animais que exercem com as suas crias somente o instinto de protecção à sua espécie.

No homem, tal protecção, levada ao extremo, é responsável pela deformidade do desenvolvimento psicológico, criando dependências que denotam a falta de valores próprios, pois ficam estancados pela acção coerciva da dita protecção.

  1. Lei divina ou natural
  2. Lei de adoração
  3. Lei de trabalho
  4. Lei de reprodução
  5. Lei de conservação
  6. Lei de destruição
  7. Lei de sociedade
  8. Lei do progresso
  9. Lei de igualdade
  10. Lei de liberdade
  11. Lei de justiça, de amor e de caridade
  12. Da perfeição moral

No homem, havendo outras necessidades, como por exemplo o desenvolvimento moral, além das puramente materiais, que exigem cuidados para a sobrevivência, colocam-no em condição de exercer os laços de família consanguínea como um meio de aprender a amar, na vida social, os semelhantes como irmãos.

O relaxamento dos laços de família é tão pernicioso quanto o egocentrismo, que impede que se rompa o vínculo consanguíneo, como o de raça ou de casta, pois ambos levam ao egoísmo, uma das chagas da humanidade. Enquanto a supervalorização da família consanguínea prende a criatura no circuito fechado dos interesses mútuos, o relaxamento dos mesmos remete o indivíduo ao egoísmo pessoal e particular. No seio da família o homem aprende a amar o seu semelhante na sociedade.

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