O Livro dos Espíritos - perguntas 84 a 91 - Mundo normal primitivo
Os Espíritos constituem um mundo à parte, além daquele que vemos?
"Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências in-corpóreas."
Qual dos dois, o mundo espiritual ou o mundo corpóreo, é o principal na ordem das coisas?
"O mundo espírita. Ele preexiste e sobrevive a tudo."
Poderia o mundo corpóreo deixar de existir ou não ter existido jamais, sem com isso modificar a essência do mundo espírita?
"Sim, eles são independentes e, não obstante, sua correlação é incessante, pois reagem incessantemente um sobre o outro."
Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no espaço?
"Os Espíritos estão por toda parte, povoando os espaços infinitos. Há os que estão constantemente no plano terreno, observando e agindo sobre as pessoas, sem estas o saberem; porque os Espíritos são uma das forças da Natureza e os instrumentos pelos quais Deus se serve para o cumprimento de seus desígnios providenciais. Mas nem todos vão a toda parte, porque há as regiões interditadas aos menos avançados."
Forma e ubiqüidade dos Espíritos
Os Espíritos têm uma forma deter-minada, limitada e constante?
"Aos seus olhos, não; aos nossos, sim. É como uma fagulha, um clarão ou uma centelha etérea."
Essa fagulha ou centelha tem alguma cor?
"Para os homens, ela varia do escuro ao brilho do rubi, de acordo com o grau de pureza do Espírito."
Representam-se ordinariamente os gênios com uma flama ou uma estrela sobre a fronte. É uma alegoria que lembra a natureza essencial dos Espíritos. É colocada no alto da cabeça, porque ali é a sede da inteligência.
Os Espíritos gastam algum tempo para atravessar o espaço?
"Sim, tão rápido quanto o pensamento."
O pensamento não é a própria alma que se transporta?
"Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também está, pois é a alma que pensa. O pensamento é um atributo."
O Espírito que se transportar de um lugar a outro tem noção da distância que percorre e dos espaços que atravessa ou é subitamente transportado para o lugar aonde deseja ir?
"Tanto um quanto outro. O Espírito pode muito bem, se quiser, dar-se conta da distância que atravessa, mas essa distância pode também desaparecer completamente. Isso depende de sua vontade e também de sua natureza mais ou menos depurada."
A matéria é um obstáculo ao Espírito?
"Não, ele penetra em tudo: no ar, na terra, nas águas, no fogo. Todos lhe são, igualmente, acessíveis."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XI - Dai a César o que é de César
5. Tendo os fariseus se retirado, resolveram comprometê-lo no que falasse. E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, para lhe dizer: Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem fazer distinção a quem quer que seja, pois não consideras a aparência dos homens. Diga-nos a tua opinião sobre isso: É lícito ou não pagar o tributo a César?
Mas Jesus, conhecendo-lhes a malícia, disse: Hipócritas! Por que me tentais? Mostrai-me a moeda que se dá para o pagamento. E, tendo eles lhe apresentado um dinheiro, Jesus lhes disse: De quem é essa imagem e inscrição? - De César, disseram. Então, Jesus lhes respondeu: Dai, então, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
E eles, ouvindo isto, admiraram-se da resposta e, deixando-o, se retiraram. (Mateus, XXII:15-22; Marcos, XII:13-17)
6. A questão proposta a Jesus era motivada pelo fato de haverem os judeus transformado em motivo de horror o pagamento do tributo exigido pelos romanos, elevando-o a um problema de ordem religiosa. Um partido numeroso foi formado para rejeitar o imposto. O pagamento do tributo era, para eles, uma questão de irritante atualidade, sem o que, a pergunta feita a Jesus: "É lícito ou não pagar o tributo a César?" não teria nenhum sentido. Essa questão era uma cilada, pois, segundo a resposta, eles esperavam levantar contra ele as autoridades romanas, ou os judeus dissidentes. Mas Jesus, conhecendo-lhes a malícia, escapa à dificuldade dando-lhes uma lição de justiça, ao dizer que dissem a cada um o que lhes era devido. (Ver na Introdução, o artigo intitulado Publicanos.)
7. Esta máxima: Dai a César o que é de César não deve ser entendida de uma maneira restritiva e absoluta. Como todos os ensinamentos de Jesus, é um princípio geral, resumido sob uma forma prática e usual, e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é uma conseqüência daquele que nos manda agir com os outros como gostaríamos que os outros agissem conosco. Condena todo prejuízo material e moral causado aos outros, toda violação de seus interesses; prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeite os seus. Estende-se ao cumprimento dos deveres contraídos tanto para com a família e a sociedade, quanto para com os indivíduos.
Ler: O Livro dos Médiuns - Cap. IX - questão 132 - Dos Lugares Assombrados (na íntegra)
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