quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CURSO- ESPÍRITO E MATÉRIA




Espírito e matéria; Não vim destruir a lei; Cristo

Espírito e matéria (O Livro dos Espíritos - primeiro livro - cap. II - questões 21 e 22)

A matéria existe desde toda a eternidade como Deus, ou foi criada por Ele em um tempo específico?

"Somente Deus o sabe. No entanto, uma coisa que a razão lhes deve indicar, é que Deus, modelo de amor e de caridade, jamais tem estado inativo. Por mais distante que possa figurar o princípio de sua ação, há como imaginá-lo, um segundo, na ociosidade?"

Define-se geralmente a matéria como: o que tem extensão, o que pode provocar impressão sobre os sentidos e o que é impenetrável (1) - essa definição é exata?

"Sob este ponto de vista, é exato, porque fala-se segundo o que se conhece; mas a matéria existe em estados que são desconhecidos ao homem na Terra. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que não provoque nenhuma impressão sobre os sentidos; no entanto, é sempre matéria mesmo que para os homens isso não o seja."

(1) Impenetrabilidade: o termo define a incapacidade que dois corpos têm de ocupar o mesmo espaço simultaneamente. Não deve ser confundido com extensão, que é simplesmente a capacidade de ocupar espaço. Fonte: KARDEC, Allan - The Spirit's Book, Allan Kardec Educational Society, Philadelphia, USA, 1996. Tradução das notas: Sonia Theodoro da Silva. (N. do E.)

Não vim destruir a lei (Evangelho Segundo o Espiritismos - cap. I)

As três revelações: Moisés, Cristo, o Espiritismo - Aliança da Ciência com a Religião - Instruções dos Espíritos: A nova era.

1. Jamais penseis que eu vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento, pois em verdade vos digo que o céu e a terra não passarão, antes que tudo o que está na lei seja perfeitamente cumprido, até o último jota e o último ponto. (Mateus, V:17-18) Moisés

2. Há duas partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada sobre o Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

I - Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou do Egito, da casa de servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que estiver acima, no céu, e embaixo, na terra, nem de tudo o que houver nas águas sob a terra. Não adorarás e não lhes renderá culto.

II - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

III - Lembra-te de santificar o dia de sábado.

IV - Honrarás teu pai e tua mãe, a fim de que vivas longo tempo sobre a terra que o Senhor teu Deus te dará.

V - Não matarás.

VI - Não cometerás adultério.

VII - Não furtarás.

VIII - Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.

IX - Não desejarás a mulher do próximo.

X - Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem nenhuma das coisas que a ele pertencer.

Esta lei é de todos os tempos e de todas as nações e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as outras são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter, pelo temor, um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos enraizados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito. Para dar autoridade às suas leis, ele teve de lhes atribuir uma origem divina, assim como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas a idéia de um Deus terrível poderia apenas impressionar os homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam pouco desenvolvidos. É bem evidente que aquele que havia colocado em seus mandamentos: "Não matarás" e "Não farás mal ao teu próximo", não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente transitório.

Cristo

3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; ele veio cumpri-la, ou seja, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens. É por isso que se encontra nesta lei o princípio dos deveres em relação a Deus e ao próximo, o que constitui a base de sua Doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, Jesus, ao contrário, modificou-as profundamente, no fundo e na forma. Ele sempre combateu o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não poderia fazê-las sofrer uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras: "Amai a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo", e acrescentando: Aí está toda a lei e os profetas.

Por estas palavras: "O céu e a terra não passarão, enquanto não se cumprir até o último jota", Jesus quis dizer que era necessário que a lei de Deus fosse cumprida, ou seja, que fosse praticada sobre toda a Terra, em toda a sua pureza, com todos os seus desenvolvimentos e conseqüências, pois de que serviria ter estabelecido essa lei se fosse para privilegiar alguns homens ou mesmo um só povo? Todos os homens, sendo filhos de Deus, são, sem distinções, objetos do mesmo cuidado.

4. Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista sem outra autoridade além de sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado a sua vinda. Sua autoridade vinha da natureza excepcional de seu Espírito e de sua missão divina. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está sobre a Terra, mas no Reino dos Céus; mostrar o caminho que os conduz até lá, os meios de se re-conciliarem com Deus, e os advertir sobre a marcha das coisas vindouras, para o cumprimento dos destinos humanos. Entretanto, Ele não disse tudo e, sobre muitos pontos, se limitou a lançar o germe de verdades que Ele mesmo declarou não poderem ser então entendidas. Jesus falou de tudo, mas em termos mais ou menos explícitos. Para encontrar o sentido oculto de certas palavras, seria necessário que novas idéias e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave. Essas idéias não poderiam vir antes de um certo grau de maturidade do espírito humano.

A Ciência devia contribuir poderosamente para o apare-cimento e o desenvolvimento dessas idéias. Era preciso, pois, o Espiritismo dar à Ciência o tempo de progredir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário